ESCOBLOG

LITERATURA E INFORMAÇÕES RELACIONADAS À ARTE

Thursday, December 21, 2006

TEMPORAL

Imagine um menino. Ponha nele o nome de Pedro. Dê a ele 8 anos. Bem assim. Pois é, o nosso Pedro disse que gosta da Rafa. Contou sem corar, sem ter vergonha de gostar: ela esqueceu o guarda-chuva lá em casa. Quando chover ela vai ter que buscar.
Tomara que chova, Pedro.

Monday, December 18, 2006

FIQUEI VERMELHO

Aqui em casa, somos dois gremistas e dois colorados. Minha esposa e a filha menor torcem pelo Internacional, eu e a maior pelo Grêmio. Ontem, o mundo, que já fora azul, ficou vermelho e eu já comecei a pensar em como seria encontrar aquele colorado que nem os colorados agüentam. Enquanto fazia embaixadinhas com essa idéia, minha coloradinha se aproximou e disse: - Pai, quando não for teu time contra o meu, tu torce pro Inter? Eu, que tinha secado a equipe dela, fiquei vermelho. Vermelho de vergonha por não ter torcido por ela como ela torceria pela minha felicidade. Mas venci a mim mesmo e disse que sim, que vestiríamos a mesma camisa, que seríamos do mesmo time, da mesma família, do mesmo povo, sempre que um de nós pudesse, mesmo que pelo outro, ficar feliz.

Thursday, December 07, 2006

SOBRE ADEUS CONTO DE FADAS (MINICONTOS JUVENIS) DE LEONARDO BRASILIENSE

Quando estou lendo um livro, costumo ir colocando no sumário, ao lado do título dos contos, crônicas ou poemas de que mais gostei, um pequeno ponto com a Bic. No caso de Adeus conto de fadas, editora 7 Letras, livro de Leonardo Brasiliense que será lançado em 2007, teria sido mais prático fazer o contrário: apontar aqueles dos quais menos gostei. Minha filha não me deixa mentir - ela tem onze anos -, pois, após a leitura de cada um dos minicontos, ela dizia “Olha esse, pai:” e me fazia ouvir e ver a sua leitura. Assim como ela, senti a necessidade de dividir com alguém, uma vontade de sair espalhando por aí uma alegria que só compartilhada poderia ser maior. Sim, eu minha filha estamos contentes, por que alguém ainda escreve para nós, gente que estuda, trabalha, brinca, dorme, gente que vive a vida; estamos contentes, por que alguém ainda fala a nossa língua. O que nos entristece é que alguns escritores ainda escrevam para monges e que empreguem uma linguagem que só os enclausurados conservaram. Obrigado, Leonardo. Eu e minha filha agradecemos. Eu, por que me diverti como um adolescente; ela, por que se reconheceu como tal. E viveremos felizes, por enquanto.